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terça-feira, 26 de abril de 2011

Radionor Tum Tum Tum Tum ... 50 vezes.

Não será o próximo e nem o próximo depois do próximo. Ainda faltam quase 11, ou melhor,  quase 10, para a edição de nº 50 do Radionor. E daí? E daí? Vou explicar: passa rápido. Rápido demais.

Eu lembro da ansiedade, do clima e da expectativa que cercaram o Radionor nº1. Para o Presidente, sempre equilibrado, era muito arriscado colocar um programa no ar sem testá-lo antes, em off e sem ninguém saber; já, do Beni Borja, o "Homem das Carrapetas", como sempre, ouvi: "você não ouve ninguém, age como filho único, como o dono da bola. Só faz as coisas do seu jeito e se arrisca, por ser teimoso e coloca tudo a perder".

E o mais engraçado - hoje - é que, enquanto a gente terminava de gravar a terceira hora de programa, no estúdio da Psicotronica, o nosso queridíssimo Presidente, Carlos Mayrink, estava suando frio, tentando, sem sucesso, fazer com que os Blocos 1 e 2 dessem sinal de vida, às 10 da noite. Mas não deram.

Alguns 20 ou 30 minutos depois das 10, em meio a toda aquela tensão, toca o meu celular e vem a notícia-bomba: "relaxa, não tem programa hoje".

E não teve mesmo. Os arquivos falavam em terra, mas lá, na nuvem (servidor), silêncio total. E claro que ouvi de tudo. Do Presidente, fleugmático e sempre politicamente correto, menos. Mas, do Beni, ouvi o diabo e o pãozinho que ele, o diabo, amassara.

Não sabíamos o porquê, mas o fato é que o Radionor de estréia, não estreou. E, claro, eu, que já não havia dormido na noite anterior, fiquei mais uma e depois, mais outra noites, acordado, testando tudo, para decobrir onde foi que eu errei.

Nada estava, aparentemente, errado. O programa tocava normalmente no meu PC e tocava normalmente no Mac do estúdio. Só não tocava no ar.

Radionor marrento aquele, de nº1. Rebelde, filho único, exatamente como eu fora acusado de ser. E ele tem razão. Sou.

Nestas horas, no entanto, apesar de toda a pressão, é preciso manter a cabeça fria e, se possível, no lugar. Era preciso sair do processo da miopia. Eu precisava me afastar um pouco do foco e olhar para os lados, porque, com certeza, a solução e o problema não eram absolutamente lineares. Eu já havia refeito tudo, desmontara e remontara o mesmo programa, umas 5 ou 6 vezes e estava tudo certo.

Decidi então, ainda sem dormir, entrar no site da BR Logic, o provedor e o host da Radiovitrola. E comecei a ler tudo, atentamente. Eu sei que funciono bem sob pressão. Não me é difícil manter a concentração. Assim, simplesmente pus-me a ler as regras do jogo. Passo a passo, fui checando as especificações técnicas, até chegar na encruzinlhada entre o tal do Bit-Rate e o tal do Bit-Sampling.

Acho que foi exatamente nesta mesma encruzilhada que Robert Johnson vendeu a alma ao diabo, em troca de se tornar um bluesman consagrado. Mas eu não vendi a minha. Diante da dúvida - e da ignorância em relação ao que seria Bit-Sampling e Bit-Rate - fui para o Google. E estava lá, na Wiki, a resposta.

Para resumir a história, vou dar um exemplo bem prático: CDs são gravados na taxa de 44100 samples por segundo, em barramento de 16 bits. Assim, quando você grava um CD, a equação é a seguinte: 44.100 kHz x 16 bits/sample x 2 (por ser stereo) = 1,411,200 bit/s. Já um DVD é gravado em 48 ou até 96 kHz, numa taxa que pode variar desde os mesmos 16 até os famosos 24 bit, e pode ir dos mesmos 2 canais (stereo) até 6 channels (5.1), a uma taxa de 6144 kbit/s.

Deu pra entender alguma coisa? Não né?

Pois bem, não sei como, mas eu, sem dormir a quase 3 noites, se não entendi, chutei no ângulo, aos 48 do 2º tempo. Golaço! Entendi que tínhamos feito o programa em 48 kHz e não em 44. Era isso e estava escrito lá que "todos os arquivos devem estar com a taxa de 44.100 kHz".

Resolvido o problema, o Radionor Nº1 entrou no ar, ironicamente, exatas 48 e não 44 horas depois do horário previsto. E, como queria o nosso Presidente, escondido, sem alarde, sem propaganda. Testamos o bicho e deu tudo certo.

Sinceramente, eu me pergunto até hoje: será que eu teria tido aquela gana toda para descobrir o erro, se não estivesse sob pressão e diante da mico de o programa não rolar? Eu sei a resposta: não. Me conheço bem e sei que não. Sou assim mesmo. Arrisco tudo. Sou 8 ou 80. Não refugo diante do obstáculo. Sim, sou cavalo, no horóscopo chinês.

E lá se vão, desde aquela noite de domingo, 40 programas, digo, 40 semanas, ou melhor, 120 horas de música e papo furado. No entanto, parece que tudo isso aconteceu na semana passada. Parece que o tempo não passou, que a gente ainda vai estrear. E, exatamente por isso, ou seja, porque o tempo voa na velocidade do som, eu resolvi me antecipar e pedir uma pequena ajuda a vocês, sobre o que fazer no Radionor 50,

Um programa gravado ao vivo, em algum lugar aberto, com a presença da galera? Um programa especial sobre os 50 primeiros programas? Fica na mão de vocês a decisão, tá?

Manifestem-se, por favor, através dos comentários. Se eu concordar e se o Presidente não se opuser, beleza: tá fechado.

Abraços a todos.

Um comentário:

  1. Eu voto por um programa em um auditório com direito a ouvintes e participações especiais! Parece mesmo que foi ontem!

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